1 de jun. de 2008

artigo: quadrinhos como recurso didátco

O LOBO DA ESTRADA E AS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS COMO RECURSO DIDÁTICO
Autor: Fulvio Frederico Pacheco dos Santos¹
¹Professor do Curso de Pedagogia da UNIEXP e FAMEC, Autor de Revistas em Quadrinhos.
RESUMO: O objetivo deste trabalho é fazer uma reflexão sobre as histórias em quadrinhos como material didático, analisando alguns títulos e sua aplicação em diversas disciplinas como Artes, Português e História. Inicialmente, são caracterizados os conceitos básicos dos quadrinhos e sua importância como veículo de massa de grande penetração popular. Dentro da perspectiva do quadrinho como uma leitura prazerosa é discutida a sua fácil aceitação em sala de aula e as vantagens desta aplicação.Um levantamento deste material didático é apresentado mas é dada ênfase à publicação o Lobo da Estrada.
PALAVRAS-CHAVE: Quadrinhos, Aprendizagem, Curitiba, Lobo da Estrada
ABSTRACT: This work have been made to reflect about the comic-books as teaching material, analysing some titles and this application in a lot of disciplines like arts, portuguese and history.
Inicialy, are caracterize the basics concepts of the comics and its importance as a mass veicule with big popular penetration. In this comics perspective as a pleasure reading in discussed its easy acceptance in the class-room and the advantage of this application. Anaccumulate of this material is presented but its given importance to the publication of road wolf.
KEY WORDS: comic-books, learning, curitiba, Road wolf
INTRODUÇÃO:
Histórias em Quadrinhos podem ser classificadas como produção cultural, aproximando-se de pinturas, esculturas, livros, poemas e cinema e como estes suportes culturais, o quadrinho recebe grande influência do mundo ao seu redor, pois a História e a cultura estão diretamente relacionadas como vemos no renascimento, no modernismo e em inúmeros outros movimentos.
Quando esse apanhado de conteúdo histórico e cultural é mais evidente, como vemos em na revista o Lobo da Estrada e outras apresentadas ao longo deste neste artigo, o quadrinho adquire um grande potencial pedagógico, podendo ser utilizado em varias disciplinas do ensino fundamental e médio. Esse tipo de leitura possui também a vantagem de ser uma fonte de leitura que desperta interesse na maioria dos jovens em idade escolar, o que facilita sua aplicação em sala de aula.
1 O QUADRINHO VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO EM MASSA:
Difundidos em revistas e jornais no Brasil desde 1867, através do pioneiro Ângelo Agostini (De Moya, 1987), os quadrinhos se tornaram um dos mais importantes veículos de comunicação de massa e ao longo da sua existência, criaram uma linguagem própria, com uma série de signos inovadores, em grande parte incorporada posteriormente pelo cinema, pela televisão, publicidade e pelas artes plásticas. Personalidades como Picasso, Roy Lichtenstein, François Truffaut, Alain Resnais, Federico Fellini e Umberto Eco já associaram seus nomes à esta arte que exerce atração principalmente nos leitores infanto-juvenis, mas também no adulto. Fascínio que existe desde que se tornou um ícone da industria cultural na década de 1920, nos Estados Unidos da América, tornando seu acesso cada vez mais fácil, e ampliando seu leque de gêneros e estilos que vão dos heróis americanos passando pelos mangás japoneses, fanzines e graphic novels de conteúdo mais complexo entre inúmeras outras categorias.
Este veículo artístico, segundo Serpa e Alencar (1998), aliou a literatura à imagem, criando numa síntese das duas, em uma terceira forma de comunicação.
Os gibis têm a particularidade de unir duas riquíssimas formas de expressão cultural: a literatura e as artes plásticas. Isso os torna uma fonte preciosa de inspiração para as iniciativas didáticas. Há histórias em quadrinhos excelentes que, pelo enredo, pela linguagem e pela qualidade das ilustrações, podem dar contribuições valiosas às suas aulas.
O mesmo progrediu através dos tempos por suprir a necessidade do ser humano de comunicar-se através de imagens. Sendo que essa forma artística junta idéias e imagens, tem um potencial ilimitado. Ela reflete o autor que concebe a história, o qual está inserido num contexto social e cultural, acabando por refletir as descobertas e progressos da tecnologia e ciência da sociedade da qual faz parte. Portanto todas as áreas humanas são refletidas através dos quadrinhos, assim como se vê no cinema e nas artes em geral.
O raciocínio tradicional há muito tempo tem sustentado que obras de arte e literatura só são realmente boas quando mantidas bem longe uma da outra. Palavras e figuras juntas são consideradas, na melhor das hipóteses, uma diversão para massas, e na pior das hipóteses, um produto do comercialismo crasso.
Para as crianças os primeiros livros contêm muitas figuras, mas à medida que elas crescem chegam aos livros sem figura alguma. E mesmo assim a leitura acaba sendo deixada de lado pela maioria, enquanto que o cinema continua fascinando o mundo.
Essa idéia de que a combinação de palavras e figuras é muito simplista virou uma profecia auto-realizadora. As raízes disso são bem profundas. Os especialistas em história em quadrinhos vão buscar as suas origens nas pinturas das cavernas da Idade da Pedra e nos afrescos do antigo Egito, os quais, a sua maneira, também contam uma história em continuidade, por meio de desenhos. As figuras antecederam a palavra escrita. Segundo a história, já existiam há 15.000 anos atrás, na era de ouro da pintura em cavernas, nas quais os desenhos enfatizavam a representação pictórica. Assim, as primeiras palavras foram figuras estilizadas.
Milhares de anos depois, com a invenção da imprensa, a palavra escrita deu um grande salto, e toda humanidade com ela. Mas as figuras somente evoluíram conceitualmente com o aparecimento do Dadaísmo, do Futurismo e de artistas isolados da era moderna. Com os mesmos, a fronteira entre a aparência e o significado foi rompida, e as pinturas assumiram cada vez mais significados simbólicos e até caligráficos. As palavras e figuras ainda coexistem, mas isso se tornou uma exceção à regra. Na cultura popular as duas formas colidem constantemente, mas, em nenhum lugar essa colisão é explorada de forma mais abrangente do que no quadrinho moderno.
O fato de o quadrinho ter nascido exatamente quando a arte e o texto se preparavam para mudar de direção é intrigante, e talvez essa unificação tenha crescido a partir de uma sensação compartilhada para época - a sensação de que tínhamos chegado ao fim de uma longa jornada e que era hora de voltar ao início.
Mesmo depois de analisados por pensadores contemporâneos, como Umberto Eco (1971) e Claude Moliterni (GUBERN, 1979), seu valor real como arte ou literatura continua sendo obstruído pela opinião de pedagogos de formação inadequada e desconectados com os avanços e transformações atuais, que não reconhecem os quadrinhos como importante veículo cultural e didático.
2. OS QUADRINHOS EM SALA DE AULA
No Brasil segundo Ezequiel de Azevedo (2005), os quadrinhos têm se relacionado com a educação desde a primeira revista, O Tico-Tico, publicada a partir do ano de 1905, que além dos quadrinhos apresentava um rico material lúdico como: contos, concursos e brinquedos para montar.
São inúmeras as vantagens de se usar quadrinho em sala de aula, além do valor como veículo de comunicação em massa e literatura, já citados. Segundo Calazans (2004) podem ser utilizados em todos os níveis de aprendizado, desde a fase de alfabetização até o ensino universitário. Entretanto, um dos maiores méritos das histórias em quadrinhos é aliar o conteúdo ao entretenimento, o que desperta a atenção do discente e facilita em muito o uso em sala de aula. O aluno provavelmente já deve ter esse tipo de leitura em casa, o que facilita o acesso. De acordo com Waldomiro Wergueiro (2004):
Há varias décadas, as histórias em quadrinhos fazem parte do cotidiano de crianças e jovens, sua leitura sendo muito popular entre eles. Assim a inclusão das histórias em quadrinhos em sala de aula não é objeto de qualquer rejeição por parte dos estudantes, que, em geral, as recebem de forma entusiasmada, sentindo-se, com sua utilização, propensos à uma participação mais ativa nas atividades em aula.
Os educadores tem no quadrinho uma fonte didática quase que inesgotável e que pode ser usada em várias disciplinas, como Português, Matemática, História, Geografia e Artes. Mas para isso é indispensável que esses professores se familiarizem com a linguagem deste gênero para que possam extrair o maior número possível de recursos como balões, quadros e onomatopéias que podem ser usados como recursos de linguagem e extraídos de qualquer revista.
2.1. QUADRINHOS EM ARTE:
Na disciplina de arte os quadrinhos são uma ferramenta que ao mesmo tempo trata de uma abordagem atual e carrega os principais conceitos das artes plásticas, podendo virar nas mãos do educador uma poderosa ferramenta pedagógica, ao trabalhar processos de aprendizagem em arte que propiciem aos sujeitos desenvolverem os componentes básicos da criatividade, que segundo Ana Mae Barbosa:
"através da apreciação e da decodificação de trabalhos artísticos, desenvolvemos fluência, flexibilidade, elaboração e originalidade – os processos básicos da criatividade". (BARBOSA, 1998, p.18).
Este processo criador, através dos recursos utilizados nessa interação com o quadrinho, tem um importante papel no desenvolvimento cognitivo, que está para o pensador em educação Piaget essencialmente ligado à invenção e a criação: "o possível cognitivo é essencialmente invenção e criação, daí a sua importância para uma epistemologia construtivista", (PIAGET, 1985, p.9).
A proposta triangular desenvolvida pela pesquisadora Ana Mae Barbosa em 1987, privilegia o ensino da arte através de três fatores trabalhados em conjunto: a contextualização histórica, a apreciação artística e o fazer artístico.
O conhecimento, através do quadrinho, naturalmente explora estes três fatores, principalmente por ser um veículo artístico, o que desperta curiosidade quanto ao seu “fazer” e o “compreender pelo fazer” segundo Piaget:
"Compreender consiste em isolar a razão das coisas, enquanto fazer é somente utilizá-las com sucesso, o que é, certamente, uma condição preliminar da compreensão, mas que esta ultrapassa, visto que atinge um saber que precede a ação e pode abster-se dela" (PIAGET, 1978, p. 179).
2.2. QUADRINHOS EM PORTUGUÊS E LITERATURA:
Nos Parâmetros Curriculares Nacionais apresentados em 1997 pelo MEC, os quadrinhos são recomendados no volume relacionado ao ensino da Língua Portuguesa e segundo Maria Cristina Ribeiro Pereira, a pedagoga coordenadora geral dos PCN: "Por associarem imagens e textos, os gibis ajudam as crianças a aprender a ler e a avançar rapidamente na leitura" (SERPA & ALENCAR, 1998). A professora Sonia Bibe Luyten também defende o quadrinho como incentivador da leitura:
"Ao contrário do que muitos pedagogos apregoam, os quadrinhos exercitam a criatividade e a imaginação da criança, quando bem utilizados. Podem servir de reforço à leitura, e constituem uma linguagem altamente dinâmica. É uma forma de arte adequada a nossa era: fluida, embora intensa e transitória, a fim de dar espaço permanente às formas de renovação" (BIBE-LUYTEN,1984)
Segundo uma pesquisa publicada no Estado de São Paulo, em 10 de outubro de 2001, intitulada Retrato da Escola, feita pela Universidade de Brasília, a pedido da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, os estudantes da rede pública que lêem quadrinhos têm um desempenho escolar muito mais elevado do que aqueles que só utilizam o livro didático. O percentual das melhores notas nas provas do MEC foi de 17,1%, contra 9,9% entre os que não lêem quadrinhos.
Para explorar este hábito de leitura, que pode ser transferido para os livros, uma boa experiência que deve ser utilizada em sala, são as adaptações de obras literárias que contam com publicações no mercado tanto da literatura mundial como da nacional. Um exemplo é série norte americana Clássicos Ilustrados, que quadrinizou em 1991 obras literárias clássicas como Hamlet de Willian Shakespeare, Moby Dick de Herman Melville e A Ilha do Tesouro de Robert Louis Stevenson, entre muitas outras mas muito anterior a isso a revista Edição Maravilhosa, da editora Ebal, fazia adaptações, através dos desenhos de André LeBlanc, de obras como o Guarany e biografias de personagens nacionais como Zumbi dos Palmares e Jerônimo, o Herói do Sertão, ambas quadrinizadas na década de 1950. Atualmente temos Iracema de José de Alencar, quadrinizada por Paulo Henrique Gifoni. Outra obra que vale destacar é Casa Grande & Senzala, adaptação do livro de mesmo nome, relançada em 2001.
2.3. QUADRINHOS EM HISTÓRIA
No ensino da História muito do que já foi produzido na história dos quadrinhos pode ser utilizado como referencia para ilustrar períodos através de elementos, como arquitetura, vestuário e objetos. É o caso da revista Asterix. Mas muitas destas revistas podem ser mais exploradas dentro da disciplina de História, mas o educador sempre deve ter o cuidado de separar o ficcional do fato histórico e se informar bem para isso.
Um bom exemplo é a revista 300 de Esparta que utiliza como base a Batalha das Termópilas, ocorrida em 480 a.C., quando 300 guerreiros espartanos lutaram até à morte para refrear o avanço do exército persa no território grego. O autor Frank Miller reveste a trama com diversos elementos fantasiosos para dinamizar a história e seduzir os leitores, recurso também utilizado com grande freqüência no cinema. Muitas outras obras têm o mérito de difundir conhecimento histórico sem incrementar com elementos ficcionais, reconstruindo assim fatos históricos com maior rigor, como o quadrinho Maus, de 1978, criado por Art Speigelman. Esta é uma história que mostra horrores da Segunda Guerra Mundial, através do relato da trajetória de um judeu, que no caso é o pai do autor, portanto, baseada em fatos reais. Outra que pode ser usada em escolas para explicar o que foi a Segunda Guerra Mundial é Gen, Pés Descalços, de Keiji Nakazawa um sobrevivente de Hiroshima que narra a explosão da bomba atômica.
Uma obra capaz de explicar aos jovens a situação palestina depois dos ataques de 11 de setembro de 2001 é: Palestina, de Joe Sacco. Até mesmo Osamu Tezuka, conhecido como o pai do mangá por criar esse estilo de desenho de figuras com olhos enormes publicou algumas séries com base histórica, como Buda e Adolph.
No Brasil diversas editoras que oferecem publicações com cunho histórico. A História da Bahia em Quadrinhos publicado pela editora Casa de Qualidade apresenta, através de uma conversa informal entre tios e sobrinhos, a descoberta do Brasil e, especificamente, a trajetória do Estado da Bahia, inserindo faces culturais e religiosas. Também explorando o descobrimento é A Grande Viagem, uma comemoração aos 500 anos da descoberta do Brasil, reconstituindo, em forma de história em quadrinhos, a viagem de Pedro Álvares Cabral. Outras duas revistas que merecem destaque por explorar fatos históricos, ambos publicadas pela editora Nona Arte, são: Fawcett, a narração da trajetória de um homem que desapareceu em florestas brasileiras, e a série Subversivos, narrando a trajetória de jovens contra a terrível ditadura militar que tomou conta do Brasil. Lampião... Era o Cavalo do Tempo atrás da Besta da Vida, (KLÈVISSOM, 1998) é mais uma adaptação biográfica que vale citar por traçar a trajetória do cangaceiro Lampião, contando ainda com fotografias de indumentárias, objetos e vestimentas da época.
Em Curitiba, a Editora Grafipar fundada em 1977, à primeira grande editora de quadrinhos a sair do eixo Rio-São Paulo, apresentou revistas como Sertão e Pampas que narrava histórias que se passavam em todo o sul do país, expondo a cultura da região em histórias fictícias, que supostamente aconteciam paralelamente a acontecimentos históricos importantes, como o cerco da Lapa e a guerra dos Farrapos. Mas essa não foi a única obra com cunho histórico feita em Curitiba. Tivemos outras, como a Magia do Circo, de 1989, que reverenciava o circo através da comemoração de 100 anos de criação dos Irmãos Queirolo, em histórias em quadrinhos e reportagens sobre o Circo Queirolo e os artistas que fazem parte desta tradição popular.
Mas nenhuma outra revista teve maior finalidade quanto ao conhecimento da história local, quanto a História de Curitiba em Quadrinhos de Cláudio Seto e Cassiana Lacerda Carollo, lançada em 1993 em comemoração aos 300 anos da cidade e distribuída gratuitamente em escolas e outras repartições públicas.
3 O LOBO DA ESTRADA
Revistas como a Historia de Curitiba em Quadrinhos, perdem sua função de entretenimento, por transmitirem seus de conteúdos como num livro de História tradicional. Uma publicação que não perde seu tom de divertimento e ainda apresenta referências paisagísticas, históricas e culturais de Curitiba é o Lobo da Estrada que pode se explorado em diversas disciplinas principalmente história e artes.
Nesta Revista em quadrinhos, o personagem central, que dá nome à história, é fictício, baseado em um lobisomem que o imaginário popular criou na região metropolitana da cidade, um herói que segue quase todos os passos da trilha convencional dos heróis.
Segundo Umberto Eco (2000), em seu texto O Mito do Superman, os heróis dos quadrinhos, assim como remotas sagas e mitos, possuem elementos dinâmicos em sua jornada que ao longo dos anos foram se modificando, mas, possuem padronizações e referenciais fixos que permitem que o herói e certos aspectos de seu contexto narrativo sejam sempre resgatados, e o Lobo não foge a essa herança que já vem dos antigos heróis mitológicos.
Segundo o roteiro, esse personagem que é um caminhoneiro ao chegar com sua preciosa carga em Curitiba, vai encontrando diversas figuras que como ele fazem parte das lendas locais, personagens como a Loira Fantasma, o Motoqueiro do Ácido, o Violeiro do brejo Imboguassu, a Encantada da Ilha do Mel e o Vampiro de Curitiba com suas Polaquinhas. Este último fazendo referência aos personagens de Dalton Trevisan. O Lobo, também encontra pessoas reais sobre as quais mitos rondam sua existência, como A santa Maria Bueno, o palhaço Chic Chic, do Circo Queirolo, os escravos do navio Astro, o Samurai Hara, a bruxa Ana Formiga e Miguel Bakun, o “Van Gogh” local. Ainda temos aqueles personagens dos quais há dúvida de sua existência, como o Pirata Zulmiro e o Ìndio Tindiquera que teria marcado o lugar de fundação de Curitiba. Constatações levantadas durante a pesquisa das referências é que uma parcela é lenda e outra realidade de todos esses personagens. O que caracteriza todos como folclóricos inclusive os verídicos.
Intercaladamente, esses personagens, que fazem parte do folclore de Curitiba e do litoral paranaense, vão aparecendo, e narrados narrando suas vidas, localizados em tempo e espaço diversos. Mas, apesar de alguns apresentarem indícios reais, apresentam um texto ficcional, que se divide em duas formas: o tempo atual onde o Lobo interage com os personagens, e os flashbacks, quando esses personagens narram suas histórias na forma mais popularmente conhecida.
Em função destes flashbacks a arte da revista é diferenciada nestes momentos da história ao serem utilizadas aquarela e spray. Enquanto que na narrativa que se passa no presente são utilizados nanquin e pincel, com seu estilo de desenho oscilando entre o clássico estilo americano dos super heróis e o Mangá Japonês que tanto ganha mercado.
O enredo nos apresenta uma visão fragmentada de fatos históricos, folclore e a narrativa ficcional, unidos em um momento único, só vivido pelo caminhoneiro que é o personagem central. Assim, para que não hajam verdades nem mentiras em questão, Uma pesquisa com suas devidas referências é apresentada ao final da história em quadrinhos, separando os fatos do folclore dos acontecimentos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A revista Lobo da Estrada pretende produzir entretenimento e assim despertar o interesse do público por personagens e temas, sendo alguns deles históricos e outros folclóricos, mas ambos transmissores da cultura local. Um material que pode ser apenas usado como diversão, mas também explorado como material didático por educadores que constantemente abordam fontes de maior ludicidade, como filmes, minisséries e outras histórias em quadrinhos. Com base nestes elementos de comunicação de massa, é possível dialogar, debater e estabelecer relações na construção e ampliação do conhecimento, em um processo ativo, participativo e constante de assimilação seletiva da informação.
REFERÊNCIAS:
A MAGIA DO CIRCO. Curitiba: Prefeitura Municipal de Curitiba, 1989.
AZEVEDO, Ezequiel de. O Tico-tico: Cem anos de revista. São Paulo: Via Lettera, 2005.
BARBOSA, Ana Mae. Tópicos Utópicos. Belo Horizonte: C/ Arte, 1998.
BIBE-LUYTEN, Sônia M. (org) Histórias em quadrinhos: leitura crítica. São Paulo: Paulinas, 1984.
CALAZANS, Flávio. História em quadrinhos na escola. São Paulo: Paulus, 2004, ISBN.
DE MOYA, Álvaro. História das Histórias em Quadrinhos. São Paulo, Brasiliense, 1987.
ECO, Umberto. O mito do Superman, in Apocalípticos e Integrados. São Paulo, SP: Editora Perspectiva, 2000.
NAKAZAWA, Keiji. GEN, PÉS DESCALÇOS, São Paulo, Conrad, 2003.
KLÉVISSON. Lampião ...Era o Cavalo do Tempo atrás da Besta da Vida, São Paulo, Editora Hedra,1998.
MILLER, Frank. 300 de Esparta, são Paulo, Devir, 2006.
PACHECO, Fulvio Quadrinhópole Especial: O Lobo da Estrada, Curitiba, Quadrinhópole, 2007.
PIAGET, Jean. Fazer e Compreender. São Paulo: Melhoramentos : Ed. da Universidade de São Paulo, 1978.
PIAGET, Jean. O Possível e o Necessário: evolução dos possíveis na criança - vol 1. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985.
SACCO, Joe. Palestina, São Paulo, Conrad, 2003.
SERPA, Dagmar & ALENCAR, Marcelo. HQ em sala de aula in Nova Escola (ano 13), n.111, abril de 1998, p.11,
SETO, C. CAROLLO, C. História de Curitiba em Quadrinhos, Curitiba: Prefeitura Municipal de Curitiba,1993 .
VERGUEIRO, Waldomiro (Org.). Como Usar as Histórias em Quadrinhos
Lobo da Estrada - O caminhoneiro Lobo tem uma carga muito especial para entregar em Curitiba, mas, antes de chegar lá, precisará lidar com fantasmas, vampiros, piratas e diversas outras lendas do folclore regional.

Um comentário:

Inez disse...

This is fantastic!